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Mais uma vez a questão dos preços impostos
Thread poster: Mariana Moreira
Paula Borges
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Coloco uma questão... Jun 1, 2010

Mas por um outro lado, prefiro receber um valor mais baixo por palavra do que agências que não pagam por palavras repetidas, no final das contas acaba dando na mesma.

 
Ligia Dias Costa
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Verdade, mas... Jun 1, 2010

Elisabete Cunha wrote:

Acho que a pessoa em questão não está minimamente informada sobre os preços de mercado, caso contrário não faria uma proposta tão absurda. Ou será que gosta de viver miseravelmente?


Que fazemos? Mando-lhe um email a dizer que a minha empregada a dias recebe mais, sem estudos superiores??? Digo-lhe o quê?? O que é facto é que é esta a nossa concorrência. Este email foi enviado para uma grande empresa portuguesa, minha cliente. A minha sorte é que o meu cliente é fiel e não quer mudar, porque está habituado a trabalhar comigo, porque gosta das minhas traduções, gosta que eu cumpra os prazos dele, etc.

Mas quase que me sinto na obrigação de enviar uma justificação dos meus preços exorbitantes, comparativamente com esta senhora. Apenas agradeci a confiança.

E apesar dos meus colegas não acharem o mesmo, acho mesmo que a única solução é encontrarmos uma forma de constituirmos um qualquer organismo, sindical, organizacional, etc. que nos certifique ou valide para conseguirmos justificar os preços que praticamos relativamente a estes "predadores" do mercado.

Lígia


 
Paula Borges
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Lígia Jun 1, 2010

Eu fiquei curiosa: porque seu cliente lhe mostrou este e-mail?

 
Ligia Dias Costa
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Paula Jun 1, 2010

Paula Borges wrote:

Eu fiquei curiosa: porque seu cliente lhe mostrou este e-mail?


Porque nos une uma relação profissional/pessoal de muitos anos e quis-me mostrar precisamente o que se anda a fazer no mercado.

Ligia


 
Susana Valdez
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Acreditação Jun 1, 2010

Ligia Dias Costa wrote:

E apesar dos meus colegas não acharem o mesmo, acho mesmo que a única solução é encontrarmos uma forma de constituirmos um qualquer organismo, sindical, organizacional, etc. que nos certifique ou valide para conseguirmos justificar os preços que praticamos relativamente a estes "predadores" do mercado.

Lígia


A APET referiu no último congresso que consultou advogados para chegar a uma solução quanto à profissionalização/estatuto do tradutor. O plano, pelo que percebi (mas o melhor será contactar directamente a APET), é o de exercer pressão (lobby) para a criação da figura do tradutor "ajuramentado". Fala-se também no CNT - O Conselho Nacional de Tradução - que será uma realidade - pelo que li - ainda este ano.

Parece-me que há entidades que se estão verdadeiramente a mexer com êxito para que se avance nalgum tipo de proposta para contornar o que se passa com a tradução em Portugal.

Por outro lado, tenho de salientar que o sindicato de tradutores (sim, temos um sindicato - o SNATTI), não faz mais porque ninguém comparece nas reuniões e lhes indica o que é necessário fazer. Este sindicato é partilhado com os Guias-Intérpretes e devo dizer que para os Guias conseguem agir em muitos planos, inclusive na fiscalização de Guias piratas (sem qualificações para exercerem a sua profissão) e até na atribuição de multas em conjugação com a polícia. Tive uma conversa com um dos membros da direcção do SNATTI que me informou que o grupo de tradutores no sindicato é pequeno, reune-se separadamente do resto dos membros do sindicato e, dado o seu número, não comunica as necessidades da classe e portanto o sindicato não pode fazer o papel que faz com os Guias.

Eu concordo com a Lígia - acredito que a solução passa pela acreditação da profissão através de um organismo regulador. Acredito também que já estamos a caminhar nesse sentido. Porém, isto não é um projecto de apenas uma pessoa, mas da classe inteira. E o exemplo que dei acerca do Sindicato é exemplificativo de que é necessário agir (todos - à nossa maneira e dimensão).


 
José Henrique Lamensdorf
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Não adianta regulamentar Jun 1, 2010

No Brasil a tradução (a)juramentada é regulamentada desde 1943. Se quiserem saber como funciona, descrevi em http://www.lamensdorf.com.br/duvidas_comuns.html . Só recentemente descobri como funciona em Portugal. Isso se restringe a traduções com finalidade oficial.

O restante é livre, e não adianta regulamentar. O que corrompe o mercado são amadores, geralmente desem
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No Brasil a tradução (a)juramentada é regulamentada desde 1943. Se quiserem saber como funciona, descrevi em http://www.lamensdorf.com.br/duvidas_comuns.html . Só recentemente descobri como funciona em Portugal. Isso se restringe a traduções com finalidade oficial.

O restante é livre, e não adianta regulamentar. O que corrompe o mercado são amadores, geralmente desempregados, que aceitam fazer qualquer coisa de qualquer jeito por uns trocados. Se regulamentarem a tradução e os tradutores "regulamentados" se fixarem num preço mínimo, de nada adiantará. Quem quiser serviço barato poderá continuar contratando amadores, pagando por fora, e dizer que "já veio traduzido do exterior".

Comparem com a profissão de fotógrafo, digamos para um casamento. Quem não quiser gastar o que custa um fotógrafo profissional pode chamar o sobrinho do vizinho de um cunhado com sua câmara digital, e conseguir as fotos a preço de banana no Brasil, ou de trufas em Portugal (onde me disseram que dão aos porcos para comer).
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Ligia Dias Costa
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José Henrique Jun 1, 2010

José Henrique Lamensdorf wrote:

No Brasil a tradução (a)juramentada é regulamentada desde 1943. Se quiserem saber como funciona, descrevi em http://www.lamensdorf.com.br/duvidas_comuns.html . Só recentemente descobri como funciona em Portugal. Isso se restringe a traduções com finalidade oficial.

O restante é livre, e não adianta regulamentar. O que corrompe o mercado são amadores, geralmente desempregados, que aceitam fazer qualquer coisa de qualquer jeito por uns trocados. Se regulamentarem a tradução e os tradutores "regulamentados" se fixarem num preço mínimo, de nada adiantará.


Primeiro parágrafo, completamente certo e concordo absolutamente. Não serve de nada a juramentação porque isso se destina a um mercado alvo que constitui apenas uma ínfima parte do mercado de tradução.

Quanto ao segundo parágrafo, não concordo nada. (para equilibrar). Não adianta regulamentar uma profissão para ela não ser desempenhada por amadores?? Como não adianta?? Claro que é verdade que o mercado é livre e se pode sempre ir buscar um amador para fazer um trabalho de um profissional, mas pelo menos existe essa distinção. Até no seu exemplo de fotógrafo, ela existiu.

O importante é que exista uma forma de distinguir os tradutores profissionais dos desempregados, etc, etc, que desempenham a nossa profissão. Como os médicos, os advogados, os engenheiros, os dentistas, etc.

Abraço!

Ligia


 
José Henrique Lamensdorf
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Outro problema Jun 1, 2010

Ligia Dias Costa wrote:
O importante é que exista uma forma de distinguir os tradutores profissionais dos desempregados, etc, etc, que desempenham a nossa profissão. Como os médicos, os advogados, os engenheiros, os dentistas, etc.


Chamo isso de "responsabilidade social".

É preciso exigir qualificação dos médicos pela sociedade, pois está em jogo a saúde e a vida humana. Imagine alguém chegar ferido a um pronto-socorro e ser costurado por um alfaiate, ou ainda um curioso qualquer. Engenheiros também, para que um prédio não desabe em cima dos transeuntes. Advogados também, que conheçam as leis para defender os direitos de quem quer que seja.

No caso de tradutores juramentados no Brasil, o mesmo princípio se aplica. É uma responsabilidade que a sociedade assume ao credenciar alguém para traduzir documentos que terão valor oficial.

Contudo no restante, o risco é de quem contrata os serviços. Se a tradução do manual de instruções de um equipamento sofisticado for um punhado de estultices, o fabricante/revendedor é que terão problemas em garantia. Se um livro traduzido só tiver asneiras, a editora terá que reciclar o papel do encalhe. Se o web site traduzido de uma empresa lhe der uma imagem de ignorância, eles é que terão a imagem prejudicada.

É exatamente como contratar um "curioso" para fazer reparos domésticos. Se a TV goteja água, as torneiras dão choque, e sai gás do telefone, o problema será de quem contratou esse imbecil.

A única saída é vencermos pela competência, e os competentes não aceitarem qualquer coisa em troca de seus serviços. É preciso valorizar a profissão.


 
Ligia Dias Costa
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Mais uma vez, não concordo Jun 1, 2010

José Henrique Lamensdorf wrote:

Contudo no restante, o risco é de quem contrata os serviços. Se a tradução do manual de instruções de um equipamento sofisticado for um punhado de estultices, o fabricante/revendedor é que terão problemas em garantia. Se um livro traduzido só tiver asneiras, a editora terá que reciclar o papel do encalhe. Se o web site traduzido de uma empresa lhe der uma imagem de ignorância, eles é que terão a imagem prejudicada.

É exatamente como contratar um "curioso" para fazer reparos domésticos. Se a TV goteja água, as torneiras dão choque, e sai gás do telefone, o problema será de quem contratou esse imbecil.

A única saída é vencermos pela competência, e os competentes não aceitarem qualquer coisa em troca de seus serviços. É preciso valorizar a profissão.


Não concordo. Acho que uma tradução poderá ter repercussões para a sociedade e não apenas para quem contrata o serviço. Por exemplo: se a tradução de um manual de instruções de um equipamento sofisticado estiver errada e se, por isso, acontecerem acidentes pessoais, isso será um perigo para todos. E a empresa poderá ser processada com esse fundamento. Considero a sua visão um pouco redutora da nossa profissão. Nós mexemos com tudo, desde assuntos sensíveis internos das empresas aos manuais de instruções de aparelhos médicos, por exemplo.

Claro que concordo consigo que devemos vencer pela competência e não aceitarmos qualquer coisa em troca dos nossos serviços. O complicado é que nem sempre quem pratica preços irrisórios faz asneira. E mais, por vezes pratica e ninguém dá por nada...

Ligia


 
Susana Valdez
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Muito mais do que isso... Jun 1, 2010

Ligia Dias Costa wrote:


Não concordo. Acho que uma tradução poderá ter repercussões para a sociedade e não apenas para quem contrata o serviço.
Ligia


Na minha opinião, a tradução tem repercussões muito para além das mencionadas. Está a ser provado, por exemplo, (através do trabalho de investigação em Estudos de Tradução) que para Portugal, a tradução influência a cultura e a língua portuguesas. Já imaginaram nas repercussões que isso sim poderá ter?


 
José Henrique Lamensdorf
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Esclarecendo... Jun 1, 2010

Ligia Dias Costa wrote:
Não concordo. Acho que uma tradução poderá ter repercussões para a sociedade e não apenas para quem contrata o serviço. Por exemplo: se a tradução de um manual de instruções de um equipamento sofisticado estiver errada e se, por isso, acontecerem acidentes pessoais, isso será um perigo para todos. E a empresa poderá ser processada com esse fundamento. Considero a sua visão um pouco redutora da nossa profissão. Nós mexemos com tudo, desde assuntos sensíveis internos das empresas aos manuais de instruções de aparelhos médicos, por exemplo.


Repercussões, sim; efeitos diretos (como no caso da tradução juramentada), não.

No caso que você cita, se as instruções estiverem erradas e causarem acidentes, a empresa que as forneceu será responsável. Entre outras atribuições, passei os primeiros 9 anos de minha carreira traduzindo e escrevendo manuais de instruções de equipamentos, como funcionário em tempo integral das empresas fabricantes.

Na primera delas, traduzi um manual, depois o segundo, e quando me deram o terceiro, me disseram que já havia um manual traduzido para outro modelo dessa mesma máquina, que eu poderia aproveitar ao máximo para ganhar tempo. Por acaso, dentro do exemplar do manual que me deram havia uma cópia da fatura da agência de traduções que o fizera. Hoje, 37 anos depois, a tal agência ainda existe, é grande, e ainda goza de má fama entre os tradutores. Diga-se de passagem que o valor da fatura, específica daquele manual, era mais dio que eu ganhava de salário por ano na época, e traduzi o outro manual inteiro em cerca de um mês. Manuscrito, é claro; depois uma secretária se encarregava de datilografar. Voltando à história, o manual da agência era um repositório interminável de sandices, foi motivo de grandes gargalhadas no departamento de engenharia.

Então acho que é uma questão de conscientizar os clientes da qualidade do nosso trabalho, o que os convenceria de que vale o que custa. Aqueles que só se importam com preços baixos, quando quiserem coisa barata mesmo, sempre poderão contar com tradução automática gratuita online.

É por isso que há tradutores amadores apavorados com a tradução automática. Em breve eles se tornarão desnecessários, já que a qualidade que oferecem não é muito diferente. Conheço bem, já refiz serviços (rejeitados!) de amadores. Na verdade, a tradução automática é até um pouco melhor do que eles, porque ao menos os erros são constantes ao longo do texto inteiro.

Acho que é só uma questão de tempo. Veja o que aconteceu com os vendedores. Os que praticam a venda consultiva, que de fato agregam valor ao ajudarem cada cliente a encontrar a melhor solução específica para suas necessidades, continuam firmes no batente. Os "tiradores de pedidos" foram todos substituídos pelas vendas online. Agora o cliente clica, preenche formlários na tela, e a Internet se encarrega de enviar o pedido para o fornecedor.


 
Wolf Kux
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Filosofando uma solução... Jun 1, 2010

Colegas,

depois de ler todo o post, passei a, digamos, "mastigar" as diversas opiniões aqui expostas, e confrontá-las com algumas idéias pessoais.

Em todos os mercados sempre temos alguém cuja liderança permite estabelecer o preço que quiser (p. ex. no Brasil, a rede Globo de Televisão cobra o que quer para anunciar em seus canais, simplesmente por ter em média 40 a 50% de audiência), e os não líderes, para abocanhar algum serviço forçosamente são obrigad
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Colegas,

depois de ler todo o post, passei a, digamos, "mastigar" as diversas opiniões aqui expostas, e confrontá-las com algumas idéias pessoais.

Em todos os mercados sempre temos alguém cuja liderança permite estabelecer o preço que quiser (p. ex. no Brasil, a rede Globo de Televisão cobra o que quer para anunciar em seus canais, simplesmente por ter em média 40 a 50% de audiência), e os não líderes, para abocanhar algum serviço forçosamente são obrigados a cobrar menos do que os líderes.

Temos aqui também a questão da qualidade, que tem seu preço.

Daí me surgiu a seguinte idéia, da qual eu gostaria de conhecer a opinião de Vocês:

que tal, ao receber uma oferta de serviços bem baratinha (serviço classe B), aceitá-la, mas com a seguinte condição: caso surja um serviço melhor remunerado (serviço classe A) do que esse primeiro, este "classe B" aguardará até que o serviço "classe A" esteja totalmente concluído.

Pode-se até avisar ao dono do classe B que "recebi um serviço classe A que me pagou adiantado 10 vezes por palavra o que Você quer pagar e vai demorar duas semanas para concluir". "Daí só entrego o seu serviço por esta 'merreca combinada' daqui a três semanas".

É interessante só avisar o o dono do serviço B na metade do prazo ajustado, ou então num prazo um pouco maior do que entre o primeiro contato e o fechamento do negócio.

Eu suponho que aí pode acontecer o seguinte:

a) o dono do serviço B ficar com raiva de mim e procurar outro tradutor; assim ele terá que consultar novamente outros tradutores e perderá prazo junto ao cliente dele.

b) se ele for um comerciante que se diz esperto, vai propor pagar, digamos uns 90% do que o classe A propôs;

c) simplesmente aceitar o atraso.

Para nós, no caso a), devolvemos a raiva para o cidadão, e quem sabe, ele fica mais cuidadoso.
No caso b) estaremos felizes com o "reajuste".
E no caso c) é apenas uma "merreca" que entra.

A seqüela deste comportamento fica por conta do cliente - ele terá que ser mais cuidadoso com seus serviços.

Se esta metodologia de tratar serviço classe B se espalha entre os tradutores, em pouco tempo o mercado ficaria mais sério.

Qual é opinião de Vocês ?

Uma analogia: eu posso voar do Brasil para a Europa pela Lufthansa, que me cobra muito mais se eu viajar com uma voadora africana barata; a primeira vai cuidar de mim até eu descer do avião, já na segunda o piloto, ao decolar, vai anunciar algo como "Srs. passageiros favor repetirem: Pai Nosso que estais nos céus ...".

(Obs.: 'merreca' no Brasil é uma remuneração baixíssima.)
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Paula Borges
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Regulamentação Jun 1, 2010

Concordo plenamente com José Henrique. O Brasil é um bom exemplo de como a regulamentação pode existir e ser completamente ignorada. Em primeiro lugar, tradutores juramentados são escolhidos por concurso público, que raramente é aberto. Nisso, criou-se um mercado de venda de "assinaturas" juramentadas para traduções feitas por terceiros.

Em segundo lugar, muitos reclamam da falta de flexibilidade e influência dos sindicatos.

Em alguns países (como Portugal),
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Concordo plenamente com José Henrique. O Brasil é um bom exemplo de como a regulamentação pode existir e ser completamente ignorada. Em primeiro lugar, tradutores juramentados são escolhidos por concurso público, que raramente é aberto. Nisso, criou-se um mercado de venda de "assinaturas" juramentadas para traduções feitas por terceiros.

Em segundo lugar, muitos reclamam da falta de flexibilidade e influência dos sindicatos.

Em alguns países (como Portugal), esta regulamentação pode resultar numa procura ainda maior de profissionais do exterior, ou em formas de "estágios" ou até pedir para funcionários da própria empresa com algum conhecimento de língua que o façam.

Isto porque o maior problema vem da falta de conhecimento do cliente que contrata o serviço de tradução. Uma empresa raramente tem um línguista que coordene este aspecto, e qualquer pessoa de qualquer departamento fica responsável pelo orçamento, envio e análise desta documentação.

Já vi grandes empresas cujos diretores e gestores acreditam piamente que tradução é uma coisa tão fácil e simples de se fazer... Quantas vezes já ouvi: "Tradução é simples, é que nem matemática, uma vez que a pessoa sabe a língua é só fazer e pronto". Partindo deste princípio, imaginam que a opção mais barata é a melhor.

Em grandes empresas brasileiras sempre vejo pobres estagiários, secretárias e redatores sendo encarregados de traduzir documentos, websites e correspondências só por falarem uma segunda língua num nível intermediário. Até porque os superiores não tem qualquer idéia de que é uma boa ou má tradução. (Tive um cliente que reclamou porque não traduzi "actually" como "atualmente", por exemplo).

A única solução a meu ver é a educação do cliente. Ele deve ser informado da importância, dificuldade e das consequências que uma tradução pode ter, deve começar a enxergar a tradução como um aspecto fundamental na comunicação da empresa, só assim deixará de contratar sempre o serviço mais barato.

Felizmente, algumas empresas entendem isto claramente e por isso existem ótimos clientes.

Quanto à distinção entre profissionais sérios ou não, as agências sabem muito bem como fazer isso. Se não o fazem, é porque também não estão lá tão preocupadas com a qualidade do trabalho que vendem.

[Edited at 2010-06-01 22:41 GMT]

[Edited at 2010-06-01 22:41 GMT]
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José Henrique Lamensdorf
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In memoriam
A minha foi melhor Jun 1, 2010

Paula Borges wrote:
Em grandes empresas brasileiras sempre vejo pobres estagiários, secretárias e redatores sendo encarregados de traduzir documentos, websites e correspondências só por falarem uma segunda língua num nível intermediário. Até porque os superiores não tem qualquer idéia de que é uma boa ou má tradução. (Tive um cliente que reclamou porque não traduzi "actually" como "atualmente", por exemplo).


Essa empresa do manual da agência foi meu primeiro emprego. Comecei como estagiário de engenharia no 3º ano. Cinco meses depois fui efetivado como funcionário, para cuidar de toda a literatura técnica, entre outras coisas (serviços de marketing). Lá mesmo, uma secretária traduziu "bombas de lama" (= slurry pumps) como "mud bombs" numa proposta. Três dias depois, o diretor comercial ainda não conseguia conter uma boa gargalhada, toda vez que olhava para ela.


 
João Roque Dias
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Preços impostos? Obviamente, não! Jun 2, 2010

Nestes casos, respondo com um mail que guardo na pasta de "templates":

"It is my personal policy not to provide any translation service (or even engage in negotiations thereof), when price is set beforehand by the prospective buyer."


 
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Mais uma vez a questão dos preços impostos






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